As histórias das empresas normalmente são semelhantes principalmente no início do empreendimento, nas inúmeras dificuldades e perrengues que todo empresário passa ao começar sua empresa. E às vezes, podem ser encaradas como apenas mais uma história, mas acredite, o que gera conexão com as pessoas, sejam clientes ou funcionários é a sua história.
Se formos olhar para grandes marcas como a Apple ou Starbucks, seus fundadores contaram suas histórias de uma forma que fez transformar uma empresa construída em uma garagem, em uma marca que gera valor. Um dos motivos por trás da Apple ter tantos clientes é a própria história do Steve Jobs, o qual em cada discurso ou em cada lançamento, sempre apresenta os componentes principais de uma boa apresentação que gera engajamento: história, posicionamento e o porquê de existirem. Desde a fundação da Apple em 1976, Jobs combinou paixão, lógica e emoção para criar conexões profundamente significativas com o público e isso, mesmo depois de sua morte, ainda se mantém firme na Apple, sendo sua convicção e paixão componentes do DNA da empresa.
O que dá vida à cultura organizacional das empresas é a narrativa de como ela nasceu, quais obstáculos o fundador teve de superar, onde exatamente ele estava quando teve a ideia, quais foram os primeiros fracassos ou quais foram as primeiras vitórias. Mostrar para as pessoas as vulnerabilidades e dificuldades é uma forma de conexão.
Mas não é preciso ser o Steve Jobs para contar a história da própria empresa. O fundador pode primeiro responder as seguintes perguntas de forma honesta e genuína: “Por que comecei esta empresa? Por que estou nesse papel? O que eu faço como empresa, produto, serviço ou causa? Pelo que sou apaixonado? O que alegra meu coração?”
Respondida essas perguntas, basta observar 3 pontos práticos para dar vida a cultura da organização. E são eles:
Ponto número 1: Qual é o comportamento que define a marca? No caso da Apple, que se mistura à história do Steve Jobs, se trata de gerar conexão entre a tecnologia e as humanidades, aliado à obstinação em fazer a diferença.
Ponto número 2: Até onde a empresa tem o objetivo de chegar? Qual é a visão do negócio?
Ponto número 3: Quais são os valores inegociáveis dentro da organização que norteiam as decisões, tanto do dono quanto das pessoas que fazem parte da equipe?
Se a empresa conseguir responder esses 3 pontos, aliado ao conteúdo inicial externado por quem a construiu, terá material suficiente para descrever sua história e aquele quadro de Missão, Visão e Valores não será apenas um quadro emoldurado na parede. Além disso, isso se transformará tanto na marca para os clientes externos quanto na própria marca empregadora.
No mundo de hoje, com movimentos que representam demissões silenciosas, falta de pessoas qualificadas para determinadas vagas, instabilidades de natureza política e econômica, quem dita as regras é quem consegue acompanhar tantas mudanças e aqueles que de fato tenham no seu lado do jogo pessoas que estejam comprometidas com seu trabalho. E é preciso gerar motivos válidos para esse comprometimento, sejam eles financeiros, de carreira, de valorização ou o principal de todos, de se sentirem parte de algo.
Para salientar o nível de importância de criar essa repetição de comportamentos que geram a cultura, Carmine Gallo nos apresenta que: “As histórias sobre cultura organizacional são mais impactantes quando compartilhada entre os funcionários. Quando um funcionário recebe uma carta escrita à mão ou um telefonema do chefe, contará a outra pessoa que contará a outra que contará a outra. As histórias se perpetuam e reforçam a cultura organizacional.”
A empresa que consegue perpetuar sua forma de trabalho através das pessoas que entram e saem da organização, certamente consegue manter e prosperar seu negócio, deixando sua marca e seu legado no mundo.